segunda-feira, 18 de maio de 2009

Fertilização orgânica

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Atualmente tem-se questionado a utilização de fertilizantes inorgânicos e
agrotóxicos na produção de diversas culturas, uma prática que teve seu início com a
difusão dos ideais de Liebig de que o aumento da produção agrícola seria
diretamente proporcional à quantidade de substâncias químicas incorporadas ao
solo. Por esse motivo, é considerado o maior precursor da "agroquímica". A teoria de
Liebig estava fundamentada em comprovações científicas o que deu maior
credibilidade, e facilitou a disseminação de suas idéias (EHLERS, 1996).
No início dos anos 70 a oposição em relação ao padrão produtivo agrícola
convencional concentrava-se em torno de um amplo conjunto de propostas
"alternativas", movimento que ficou conhecido como "agricultura alternativa". Então,
a partir da constatação dos problemas ocasionados pelo cultivo agroquímico, deu-se
início ao incentivo a uma agricultura baseada na produção de alimentos mais
saudáveis sem nenhum tipo de agrotóxicos, a qual é denominada agricultura
orgânica (DAROLT, 2002).
Se a agricultura tem sua parcela de culpa na contaminação do planeta, essa
culpa está muito mais relacionada ao fato de que a agricultura consome produtos
contaminantes, maior do que os produz, portanto tanto consumidores quanto
produtores, têm se preocupado em buscar alternativas que viabilizem uma produção
que resgate os objetivos principais da atividade agrícola. Dessa forma, observa-se
na sociedade atual uma relação cada vez mais forte e mais freqüente entre
alimentação e saúde (MEIRELLES, 1997).
Dentro da linha da agricultura orgânica, destaca-se o uso da matéria orgânica
tanto por meio da sua incorporação ao solo como a sua transformação para o uso
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posterior, como é do biofertilizante, em pulverizações foliares ou aplicações diretas
no solo (BETTIOL, 1997).
O uso de matéria orgânica no solo como fontes de nutrientes para as plantas
tem aspectos positivos na qualidade do produto colhido, e do solo, uma vez que sua
incorporação, em especial esterco, nos solos tem demonstrado ser uma prática
viável no incremento da produtividade. A matéria orgânica desencadeia efeitos
globais no que diz respeito à melhoria físico-química e biológica das plantas
(NORONHA, 2000), contribuindo para o crescimento e desenvolvimento das plantas;
aumenta a capacidade de infiltração e retenção de água, a granulação, a
estruturação e protege a superfície contra a formação de crostas impermeáveis,
conferindo ao solo condições favoráveis de arejamento e friabilidade. Além disso, é
responsável, em grande parte, pela capacidade de troca de cátions (KIEHL, 1985).

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